sábado, 22 de dezembro de 2012

ele

Quando me dei conta ele já fazia parte de mim.
Mais do que coração,
mais do que sentimento,
era pele, era olho, era cabelo, era mão.

Ele já estava em mim,
entrelaçados,
grudados,
fundidos.

Eu e ele,
eu penso nisso a todo  tempo
é mais do que um sentimento
é mais do que eu penso

nós fotografamos nossos momentos
e relembramos antes do final,
estamos como num sonho
em que esperamos um sonho radiante
e nós tentamos.

domingo, 25 de novembro de 2012

Meu Grande Amor

A primeira vez que me deparei com a morte devia ter uns dez anos, um senhor, amigo dos meus pais morreu e fomos ao velório na sua casa. Só me lembro de ter passado muitas noites em claro com a lembrança daquele corpo deitado em um caixão, com algodões no nariz, no meio da sala. Mas como não éramos muito próximos, não nutria nenhum grande sentimento por ele e, por isso, sua morte não representou nada em minha pequena vida de dez anos, só grandes pesadelos.
A segunda vez que me deparei com a morte foi há um ano, minha avó paternal faleceu. Apesar de ser minha avó, eu também não tinha grandes laços com ela (espero que meu pai ao ler esse post não pense que eu não a amava, eu a amava sim, mas não foi devastador). Ainda recordo a família reunida no dia do enterro, todos nós emocionados, chorando e minha dinda, que morava com minha avó, estava passando por um grande processo de despedida, arrasada.
A terceira vez que me deparei com a morte foi há um mês, minha avó materna faleceu, e essa foi a minha maior devastação, minha querida, meu amor, minha protegida. Me lembro de ter chegado em casa após a faculdade, dez horas da noite, e o porteiro me avisou:
 "- Sua mãe saiu."
"- Saiu? Para onde?"
"- Eu não sei não, mas ela disse que já volta."
Peguei o elevador, abrindo a porta de casa levei um susto, tudo acesso, televisão ligada, como se tivesse alguém ainda, nem fechei a porta e falei:
"Mãe? Mãe?"
Entrei, fechei a porta, liguei para ela. Ninguém atendia. Sentei no sofá. Chave na porta, ela chegou.
"Mãe, o que aconteceu?"
"Senta aqui, minha filha" Me colocou no sofá. Apesar do seu olhar dizer tudo e eu já saber o que ela iria me falar, eu esperei. "Filha, seu dindo me ligou dizendo que a vovó estava passando muito mal. Ligou para mim e para o dindo Paulo, fomos correndo para lá. Nós chamamos os bombeiros, mas a vovó..."
"O que tem a vovó?" Eu disse na pausa da minha mãe " Ela morreu?"
"Morreu"
Eu cai no choro, nunca pensei que poderia chorar tão rapidamente, nem que o meu chão poderia desaparecer com tanta facilidade. O pior é que eu não conseguia acreditar.
"Mas ela estava bem, mãe! Nós falamos com ela pela manhã"
"Todo mundo falou com ela de manhã, meu bem. Foi um infarto fulminante."
Depois disso eu não queria ficar em casa, meu dindos e meu primo estavam na casa dela esperando a polícia chegar para dar o óbito e eu queria ir para lá. A chegada foi um tanto quanto estranha por que eu não sabia que o corpo da minha avó ainda estava no apartamento, e confesso fiquei com medo de ir até o quarto de primeira, eu já tinha visto um corpo uma vez e não queria me chocar vendo o da minha avó.
Quando nós chegamos, as vizinhas da minha avó estavam na sala, tinham trazido café e lanches para a gente,
foi então que uma delas me abraçou e disse: "Meus sentimentos". As lágrimas brotaram dos meus olhos, por que eu ainda não tinha acreditado na morte dela, eu não podia acreditar.
Depois de um tempo consegui entrar no quarto, os bombeiros tinham colocado ela deitadinha com as mãos segurando um terço, o que eu fiquei mais aliviada é que não me choquei, não me desesperei, minha avó estava tão serena, com uma expressão tão calma que parecia estar dormindo, parecia que a qualquer momento ela iria abrir os olhinhos e ia me dar um daqueles abraços dela, que só avó tem: seguro, protetor, carinhoso. Nós rezamos por ela e depois de algumas horas, levaram o corpo, minha avó ia ser velada em Campo Grande, junto com a sua família, os Barrosos.
Me recordo de deitar a noite e não conseguir dormir, já eram quase 4h da manhã e eu de olhos abertos no escuro, chorando, chorando, chorando. Sem soluços, sem desespero, olhos abertos e lágrimas rolando pelo meu rosto. Rezei:
"Vovó, eu não sei onde a Senhora está agora, mas eu rezo para que você esteja reencontrando toda a sua família. Pode ir, vovó. Não se preocupe com a gente, nós estamos bem, nós vamos ficar bem."
Eu havia deitado com a minha mãe, não queria dormir sozinha naquela noite. Ela percebeu que eu não estava dormindo: "Você precisa tentar dormir, filha"
E depois disso eu dormi.
O dia seguinte foi marcado por muita correria, o enterro foi adiado, depois adiantado e adiado novamente. As amigas da minha avó começaram a brigar comigo pelas mudanças nos horários, só porque eu que atendia o telefone. Família reunida, abraço, lágrimas, sorrisos, lembranças, histórias, lamentações, flores, padres, oração, tempo, tempo, Deus, preocupação, medo, felicidade,..
É estranho, ainda tenho a sensação que vou atender o telefone e vou escutar a sua voz cantando: "Amor, I love you! Amor, I love you" , ou que ela vai aparecer aqui em casa para passarmos a tarde juntas, e que ela vai dizer "eu levo um bolinho sacudido", mesmo com ninguém comendo mais os bolinhos na hora do lanche.
Tenho medo de esquece-la, tenho medo que nossas memórias se apaguem com o tempo, ainda tenho medo de dizer tchau, que falta ela me faz, um vazio que ninguém e nada preenchem...  hoje, mais do que nunca, eu tenho certeza, perdi o meu grande amor, minha avó, minha amiga,...e nada, nada me faz esquecer o quanto ela faz falta em minha vida.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

.

Que saudades dela....2 meses

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Minha Paz com Hora Marcada

Eu o encontrei quando desisti de procurar,
Venha cá, novo amor
Cante comigo.

Tudo o que eu sei:
qualquer lugar que eu vou
eu não consigo esquecer, meu amor

Então, volte para sempre,
talvez a solidão não seja  ruim,
mas o tempo sempre te deixa em meus sonhos
e toda a noite sou eu e você.

Violão na mão.
Como uma pedra,
e ele me dizendo
"Fique com meus abraços"
E se foi.

Agora, aqui.
Eu vou,
Eu vou esperar por você?

Ele escalou meus muros,
Meu encontrou do outro lado,
e sorriu.

Agora volto para casa,
me olho no espelho,
fecho meus olhos
e sinto que preciso de você.

Agora eu estou aqui,
esperando na varanda.
Querem tirar nossa fé,
nosso melhor,
nossa esperança,
mas existe esperança?

Agora eu tenho uma confissão a fazer,
eu fui uma tola,
e não consigo mais me livrar do euvc.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Origem

Ela se sentou ao meu lado.
Éramos só nós duas agora.
Uma cuidava da outra.
Em três segundos senti o peso da responsabilidade em meus ombros.
Me senti mais curvada, mais cansada, mais preocupada,
Será que isso era amadurecimento?

Eu só queria que ela fosse feliz,
Eu só queria que ela conseguisse alcançar a plena felicidade pelo menos um dia.
Eu sentia que estávamos mais unidas
e ela começou a perceber que podia contar comigo.

Eu a amava demais para não me importar,
Eu a queria bem demais para deixa-lá sozinha,
Agora éramos nós duas,
E eu não ia deixa-lá partir sem lutar.

Ela era minha amiga,
Era minha mãe.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

euvc

Surfo nas nossas lembranças, todos os dias.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O mar chegou

Se ao seu lado não posso estar
posso me contentar em te olhar?
Ao longe aquele desejo de fazer tudo mudar,
e esse longe me mostra o Sol sempre a voltar
aquecendo sua pele, mostrando seu lugar
o Sol me mostra para onde eu devo andar

Você quis ver eu chegar,
para te mostrar seu lugar.
Mas queria que você
me mostrasse meu lugar.

O mar se mostrou,
mas nada para mim.
Se o que nós temos se dissipar,
o que será de mim?

Vou caminhar,
a areia grudando em meus pés,
vento bagunçando meus cabelos,
mundo depressivo.

Pela manha,
crianças correndo,
água espelhada,
coração sem Norte,
coração sem cor.


domingo, 24 de junho de 2012

A história

Nós caminhávamos juntos até o bebedouro, como fazíamos todas as tardes no intervalo, estávamos mais próximos, tínhamos mais conversas, mais risadas, mais cobranças, mais sms ( mesmo não tendo nada com o outro, só a mais pura amizade). Talvez fosse o simples fato de que gostávamos de rir um do outro ou porque lá no fundo, bem no fundo, algo já dizia para nos aproximarmos. Eu não sabia como explicar, mas gostava de caminhar com ele, e das nossas brincadeiras de nos empurrarmos enquanto andávamos.
Enchemos as garrafas, enquanto voltávamos para a sala ele se aproximou de mim, tentou segurar o meu braço, mas eu desviei e comecei a andar na frente. Parei de escutar seus passos, olhei para trás, ele havia sumido. Fiquei parada olhando para o corredor vazio e voltei alguns passos, ele havia virado em outro corredor e estava parado me olhando, seu olhar já dizia exatamente o que queria.
- Não, não - eu disse - não tem nada haver isso.
Ele riu para mim, e enquanto se aproximava disse:
- Não?
- Nós somos amigos...e...você fica com todas...
Quando dei por mim, estava de costas para a parede e ele na minha frente, olhando para a minha boca, como se esperando apenas uma chance para se aproximar mais. Entrei em desespero e coloquei a garrafa tampando minha boca ( Sempre que me lembro dessa cena, tenho vergonha de mim mesma).
- Para com isso - ele me disse - eu não quero todas, elas não são nada.
- Não vai dar certo...você sabe disso! Você vai embora!
Ele continuou me olhando:
- Eu não sei o que você faz comigo, mas sempre que eu estou com você, eu não consigo te dizer nada do que eu realmente queria, é como se acontecesse um branco na minha mente. E eu realmente não quero perder a oportunidade que estamos tendo agora. Eu não sou o que você pensa de mim, não sou mesmo.
Segurou meu rosto e me beijou.
Acho que passamos alguns minutos assim, até eu me lembrar que alguém poderia passar e nos ver, me afastei dele. Enquanto caminhávamos para a sala, eu olhei para ele e disse:
- Estou muito vermelha? - disse mostrando minha boca - O que houve?
Ele estava sorrindo para mim.
- To felizão!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"Só não se perca de mim."

Ao me deparar com o irreparável chorei.
Chorei, pq você seguiu em frente.
E eu?
Eu pensava que eu tinha seguido...
quão tola eu fui em deixar você me esquecer
e se perder de mim...se perder de mim.

"Só não se perca de mim."

domingo, 1 de janeiro de 2012

1 de janeiro de 2012

Busque ser no presente
o que você não conseguiu ser no passado
para ter algo melhor no futuro.