sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Acordando e escrevendo

Eu não consigo me envolver com bocas desconhecidas e segurar mãos nunca observadas, deve ter envolvimento e estranhamente total emoção. Talvez eu seja algo completamente fora dos padrões atuais. Ontem mesmo me perguntaram pq eu ainda estava solteira, "Pq o lance é ficar, não é?". Eu realmente não acreditei qd escutei aquilo. Deve ter envolvimento, deve ter carinho, deve ter paixão e pricipalmente amor . É quando a única coisa que vc deseja esta naquela pessoa e nada mais. Não engane ninguém, isso magoa e destrói.
Se você ainda a quer lute por ela não se acomode. Talve ela ainda o deseje, talvez não, quem vai saber?
O principal é você ter certeza que fez tudo para estar com ela e se não deu certo, você vai ter a certeza que tentou, pelo menos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Antes de tudo

Observava pela janela e acabei caindo na maior das minhas confusões. O envolvimento era diferente eu sabia, e eu não nutria esperança nesse futuro. Não havia esperança. Demoraria muito tempo, exercitaria muita paciência e muita luta. " Não valia a pena", já escutara essa frase antes e naquela época eu também chegara a conclusão que não valia, mas eu queria que valesse. E por isso, ansiava pelo dia seguinte por alguma mudança inesperada.

Mensagens de futuro? Isso me confundia horrores, que droga.

O quanto deveria me envolver? Nenhuma resposta.

"Licença?" pediu uma senhora que desejava se sentar no banco ao lado do meu.

"Claro!", respondi.

Observei o onibus por alguns segundos e antes que aquele devaneio anterior retornasse peguei rapidamente o diapasão que ficava no bolso da blusa da escola, bati no meu pulso e imediatamente estava solfejando a escala de Ré M, algumas pessoas me olhavam assustadas por escutarem algumas notas em que murmurava, mas isso não importava para mim.

" Onde está a policia nessas horas?"

Fui tirada do meu estudo rapidamente.

" Desculpa, o que disse?", perguntei não querendo ser indelicada.

Ela apontou para fora, para o outro lado da rua.

E imediatamente eu esqueci o que estava cantando, esqueci o lá.

Ele estava sentado em um degrau de uma loja de imóveis, estava posicionado de forma a conseguir ficar longe do Sol que a cada hora se aproximava mais de sua pele. Não tinha uma aparência saudável, sua magreza não era apenas falta de comida, mas também de compaixão. Seus ossos apontavam para fora de sua pele como se fossem rasga lá a qualquer momento, o corpo estava imundo. Sentado o menino observava as pessoas que passavam , mas ninguém sentia a presença dele, nem o olhavam. Abaixou a cabeça e começou a brincar com seus dedos do pé, e riu.

Será que eu era a única pessoa que se perguntava sobre a história dele? Qual era o seu nome? O que fazia ali? O onibus andou, mas eu sentia em meu peito a necessidade de fazer algo, eu tinha que mostrar que existiam pessoas que ainda acreditavam no bem de cada um! Então, ao chegar em casa, escrevi o primeiro capítulo da história daquele garoto, baseando se apenas na minha imaginação e no que acreditava.

E assim começa a história.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Todas as oportunidades para contar...

Ó fenda que dilacera meu peito aturdido, machuca e fere este coração maltratado, não me deixe ser um mero mortal que habita este corpo levado pelas emoções! Que aflore em mim a razão, sacrifique a incerteza e transforme em sabedoria para que um dia eu possa compreender sobre o pouco que ainda resta entre nós!
A verdade nunca foi nossa, seu oposto saía de nossos lábios tentando afirmar o que queríamos sentir, o que nunca sentimos. E agora só nos resta lamuriar pelo não vivido, não alcançado, por nossas mãos que juntas andavam.
O tempo maltrata, corrói, destrói deixando nos a mercê dos outros.
Mesmo com o coração implorando por novos encontros, eu ainda luto para acreditar que seus lábios nos meus lábios não mais se juntarão e minha mão não afagará mais seus cabelos finos.
O sentimento que antes implorávamos para criar e que trazia calafrios a minha pele não sairá de meu peito, estará guardado no mais oculto espaço onde nem eu, dona do meu corpo, serei capaz de encontrar.
E assim, imploro para novamente ser capaz de construir o mais bonito sentimento que é amar.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Uma confusão maior ainda

São conversas,
são sussurros,
pequenos vislumbres do olhar.

Uma voz que ecoa pela minha caixa de som,
querendo me enfeitiçar.
Ela atravessa direto tentando me confundir
entre razão e amar.

E todas as manhãs
eu tento descobrir
como ele irá acordar
quando ali eu chegar.

Para lhe dizer
que eu só tenho esperado
o momento exato de lhe explicar
que eu não sei amar.

P.s: A confusão ainda não acabou =/

domingo, 19 de julho de 2009

Café com leite

E eu espero ter, mesmo que por um tempo,
a sua mão junto da minha.
Eu ainda quero caminhar ao seu lado
e passear por lugares ainda não vistos
e encontrar o que pra gente ainda não aconteceu.
Porque eu quero que me aconteça
o que nunca me aconteceu antes.
E eu não vou perder dessa vez
o que podemos construir juntos.
Eu já consigo pensar
em tudo o que podemos ser.
Eu penso na gente
em você sussurando em meu ouvido,
nas nossas conversas sem sentido,
no pouco que criamos.
Eu não quero que você vá embora.
Eu não quero que acabe agora.
Mesmo que criem obstáculos
para o que não somos.
Que você seja meu café
que eu serei seu leite
e juntos nessa mistura
ninguém consegue mais separar,
e sentirão inveja do que nos tornamos
porque estaremos na medida certa
um para o outro.
Nós teremos o que ninguém possui.
Poderemos ser mais do que esperamos,
muito mais, querido.

sábado, 27 de junho de 2009

O valor das coisas

Já se passava das dez horas, o celular não parava de tocar, segurei-o, quatro chamadas não atendidas, minha mãe. Alguém na sala falava pela secretária eletrônica algo inteligível devido distância. De bruços, afundei meu rosto no travesseiro. Eu não preciso levantar agora, pensei. Fechei os olhos.
"- Bom dia, meu amor!" um sussurro no meu ouvido e mãos me puxando para o encaixe perfeito de seu corpo, me virei, abraçando-o afundei meu rosto em seu peito.
"-Que saudade." murmurei. "Por que você demorou tanto?" queria que seu cheiro impregnasse em mim de tal forma que nunca mais saísse. O balanço de seu peito indicava que estava rindo internamente , dei-lhe um soco no braço.
"-Para de rir, isso não tem graça alguma!"
"-Eu sei." ele me afastou mesmo contra meus esforços de permanecer grudada a ele "mas você precisa seguir, muitas pessoas precisam de você, ele precisa de você!"
Levantou rapidamente e, sem perceber, estávamos no corredor. "Abra", me disse, apontando para uma porta. Abri-la. Instintivamente olhei para a cama de madeira, vazia. Vasculhei o quarto. Sentado na cadeira da escrivaninha estava uma criança, de no máximo 7 anos, virada para a janela como se olhando para fora, ele segurava uma foto. Na verdade, observava-a e dizia em voz baixa: "Papai, eu sinto a sua falta, mas deixe a minha mãe viver, por favor. Ela não vai deixar de te amar, nem eu, mas...mas eu também preciso dela."
Agachei ao seu lado, minha criança estava chorando, como eu não pude perceber que ela estava assim, sofrendo dessa forma. " Eu fui chamado, meu amor." disse ele.
"- Como eu não percebi?"eu disse.
"- Você está trancada naquela quarto a três dias, querida." Ele agachou ao meu lado , olhei-o:
" -Você vai embora, não vai?" confirmou com a cabeça " Eu vou deixar de aparecer quando você decidir seguir em frente."
Como eu queria continuar com a ilusão de tê-lo novamente. Abracei-o.
"-Eu sabia que você ia fazer a escolha certa" sussurrou em meu ouvido e me beijou "Eu te amo muito!"
Abri os olhos, sentei na cama. Silêncio na casa. Me levantei e fui ao quarto do meu pequeno, ainda estava na mesma cadeira que alguns minutos atrás, deve ter levado um susto, pois correu para se esconder. " Não fuja, meu anjinho!" Abracei aquele corpinho frágil com tanta intensidade e afaguei seu cabelo macio. O telefone voltou a tocar na sala, segurei-o no colo e descemos juntos para atender.
"Alô? Não mãe, agora está tudo bem, eu voltei." olhei para ele. Me observava com olhar de interrogação, mas sorriu e eu percebi que em nenhum momento estive sozinha, que a única coisa que eu precisava era dele e ele de mim e só isso bastava naquele momento.
"Nós vamos comer alguma coisa?" me perguntou "Estou com muita fome!"
Sorri.
"Sim, vamos sim!"

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Picadeiro

O palhaço gritava e rodopiava no ar, lantejoulas caiam de sua roupa conforme ele andava fazendo uma espécie de caminho no chão de terra. Aproximava-se das crianças com certa autoridade, algumas com medo se escondiam, outras valentes riam e caçoavam. Que palhaçada. Suspirei e me voltei para o picadeiro, costumava vê-lo de outra forma as cores eram mais atrativas, tudo parecia mais alto. Como era difícil acreditar que as coisas mudavam que eu mudava. Eu quase conseguia rir do que o palhaço fazia e observando percebi que não era a única que não se interessava por ele na minha fileira, as pessoas que antes riam comigo eu já não conversava mais, pois já havia mudado de fileiras tantas vezes que mesmo quando as via não conseguíamos manter um diálogo, estavam sempre voltadas para a apresentação, para uma apresentação tão estranha. Voltei-me para o palhaço, ele se aproximou de uma das crianças, apertou uma linda rosinha dourada no rosto de uma das meninas, o jato de água foi tão violento que ela ficou atordoada por alguns minutos. Ninguém foi ajudá-la, nem eu. A platéia ria e aplaudia a grande arte que o palhaço havia aprontado. A menina levantou, olhou a sua volta e foi sentar- se em uma fileira um pouco longe do palco, encostou as mãos na cabeça e ficou ali parada, como eu estava a algumas fileiras atrás conseguia perfeitamente observá-la. Meu companheiro de fileira levantou e foi se sentar mais atrás, começou a conversar com outros daquela fila, mas eu não conseguia entender. Percebi que não me interessava mais observar o palhaço, estava na hora de buscar mais, estava na hora de mudar de lugar. DW

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tudo Repassa

O tempo passa
A vida passa
O mundo passa,
Mas ninguém repassa.

Ninguém nos diz
Ninguém nos quis
Todo mundo olha pro seu nariz.

Quem já sonhou
Quem não sonhou
Ela ganhou tudo
Mas abdicou.

O tempo passa
A vida passa
O mundo passa
E o coração repassa.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um pouco de mim.

Aí vai uma tentativa:
Amo a nostalgia do fim de tarde e o cheiro da chuva chegando. Gosto do barulho da cigarra cantando.Sou fascinada por tempestades, raios, e trovões. Também curto bosques, árvores e musgos sobre pedras.Prefiro montanha ao invés de praia. Adoro quando o vento passa assobiando por mim, jogando meus cabelos contra o meu rosto.Prefiro o dia, porém prefiro a lua.Gosto de dias nublados - mesmo que me entristeça um pouco - e frios. Gosto de ouvir os passarinhos cantando ao amanhecer. Gosto quando toco violino e eles aparecem também.Adoro me alimentar bem. Adoro ficar em casa. Gosto de sociologia e literatura ficcional. Gosto de sorvetes Häagen-Dazs e batatas Pringles. Adoro a cultura japonesa.Gosto de assistir filmes comendo chocolate.Gosto de fazer qualquer coisa comendo chocolate. Gosto de histórias. Adoro viajar. Gosto de conversar com meu dindo sobre bandas de rock.Prefiro ler um livro ou um jantar num dia chuvoso do que ir à praia em um dia ensolarado. Gosto de nadar. Amo surpresas. Amo a comida da minha mãe. Adoro as pizzas do RJ, mas nada se compara as de SP.Adoro estar em casa e ficar escutando minha irmã falar em inglês sozinha. Adoro colecionar papéis de trufas da Cacau Show. Aprecio o som de um violino, flauta, piano e todos esses instrumentos que tocam a alma. Adoro escutar música enquanto tomo banho. Amo Bach ( Air on a G String), Adagio in G Minor (Albinoni) e Massenet( Meditation From Thaïs).Minha cor preferida é verde, porém alguns dias prefiro lilás.Sempre esqueço de guardar os livros em seus respectivos lugares. Amo tomar leite no café da manhã. Gosto de nozes em pedaços. Defendo o uso diário de protetor solar, acho fundamental. Adoro sentar de pernas cruzadas (tipo posição de yoga, rs). Adoro andar descalça em chãos de madeira. Gosto de andar descalça em qualquer ambiente.Gosto das roupas e acessórios do inverno. Fico triste de no Brasil as folhas das espécies nativas não caírem no outono.Gosto de literatura barroca e das culturas escandinavas.Queria ter sido Viking em alguma vida passada. Não gosto de bebidas alcoólicas e cigarros.Adoro falar francês. Adoro rir. Adoro suco de laranja/manga/abacaxi com hortelã etc. Adoro descobrir que certas coisas nunca mudam. Gosto de caminhar.Não gosto de pessoas que fingem estar dormindo para não ceder o lugar no ônibus/metro. Não gosto de funk.Não me incomodo se você ouve mp3 alto demais, ou se sua voz é facilmente confundida com uma taquara rachada. Não me irrita a programação da TV repetitiva. Não me interessa saber o que está ou não na moda. Não gosto quando não reconhecem meu esforço e dedicação. Não gosto quando me poupam a verdade por “compaixão” ou “medo de me magoar”. Não gosto de pessoas efusivas, que substituem o “bom dia” pelo “eu te amo”...Não gosto de acordar por obrigação ou quando ainda estou cansada. Não gosto que me acordem. Não gosto de pipoca sem sal ou café sem açucar. Não gosto que digam “ah, esquece”...Eu não esqueço nada.

E por fim, adoro aproveitar as coisas simples da vida.